ESCÂNDALO DOS FALSOS DIPLOMAS: ESQUEMA DE SUPLETIVO IRREGULAR NO SUL DO MARANHÃO PODE ANULAR DIPLOMAS E LEVAR PARA A PRISÃO SEUS PROPRIETÁRIOS.
Por Redação Investigativa | Estreito Urgente
Um escândalo educacional está prestes a vir à tona no sul do Maranhão. Investigações em curso revelam indícios de um esquema de comercialização de diplomas supletivos que pode resultar na anulação de certificados escolares, responsabilização de alunos e punições severas para os intermediadores.
A prática, até então camuflada sob a aparência de cursos de Educação de Jovens e Adultos na modalidade a distância, tem levantado graves suspeitas. Diplomas supostamente legítimos estariam sendo emitidos por instituições com sede na região Centro-Oeste do país, entregues a estudantes maranhenses sem que tivessem realizado qualquer avaliação presencial, como exigem as normas que regulam esse tipo de ensino no Brasil.
As regras do Ministério da Educação e dos conselhos de educação determinam que todo aluno da EJA a distância deve obrigatoriamente realizar as provas de forma presencial, em local autorizado e com estrutura mínima. No entanto, o que as autoridades têm encontrado é o oposto. Provas feitas em casa, sem fiscalização, entregues a vendedores locais como se fossem parte de um serviço informal e automático.
A equipe do Estreito Urgente teve acesso a depoimentos sigilosos de alunos que receberam esses diplomas. Um deles, cuja identidade será preservada por questões legais, afirmou de forma direta:
“Nunca saí do Maranhão. Fiz a prova em casa mesmo. O rapaz que vendeu o curso veio buscar a avaliação e disse que ia mandar tudo pelo Correio para a sede da escola. Uns meses depois, me entregaram o diploma, tudo certinho. Não teve polo, nem sala, nem professor, nem nada.
“A gravidade do relato é incontestável. O aluno confirma que não houve deslocamento até a sede da instituição fora do estado, tampouco qualquer aplicação da prova em ambiente autorizado. Isso coloca em xeque não apenas a validade do diploma, mas levanta a suspeita de falsidade ideológica, uso de documento falso e possível participação consciente dos próprios alunos no esquema.
As investigações agora seguem duas linhas principais. A primeira busca confirmar se houve, de fato, deslocamento dos alunos até polos credenciados para realização das provas. A segunda pretende verificar se esses polos existiam de forma legal no sul do Maranhão ou se tudo foi feito de maneira improvisada, em casas comuns ou espaços alugados sem qualquer reconhecimento oficial.
Fontes ligadas ao caso confirmam que um empresário local está sendo investigado como principal articulador do esquema. Ele seria o elo entre os estudantes e as instituições emissoras dos certificados, movimentando valores significativos com a promessa de facilitar a conclusão rápida do ensino fundamental e médio. Seu nome ainda não foi revelado, mas tudo indica que está prestes a se tornar público, com potencial para causar um forte abalo em uma das cidades mais conhecidas às margens do Rio Tocantins.
Caso as suspeitas se confirmem, os diplomas emitidos podem ser anulados, os alunos terão que refazer toda a formação e os envolvidos poderão responder por crimes graves. Ao tentar encurtar o caminho da educação, muitos podem ter comprado não um futuro, mas um problema com a Justiça.
Outros depoimentos já estão marcados para a próxima semana, o que aumenta ainda mais a temperatura nos bastidores. Segundo informações obtidas com exclusividade, documentos já foram entregues aos investigadores e mensagens trocadas entre uma funcionária do supletivo e alunos mostram como tudo funcionava de forma fácil, rápida e sem qualquer regra.
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