Polícia intensifica investigação sobre fraude em financiamentos de veículos no sul do Maranhão e norte do Tocantins
Esquema criminoso já fez diversas vítimas. Investigado usou mais de um CPF e pode ser responsabilizado por tentativas e crimes consumadosA Polícia Civil está avançando na apuração de um esquema de fraude em financiamentos de veículos que atinge diversos municípios do sul do Maranhão e norte do Tocantins. Estão entre os locais já mapeados Estreito, Porto Franco, São João do Paraíso, Carolina, Aguiarnópolis (TO) e Tocantinópolis (TO).
De acordo com fontes ligadas à investigação, já foram identificados casos concretos em que um dos envolvidos utilizou mais de um conjunto de documentos para tentar realizar operações fraudulentas. Embora esse indivíduo já tenha sido responsabilizado por uma dessas ações, ele ainda está sob investigação e deve responder também pelas demais tentativas de fraude, com uso reiterado de dados de terceiros.
As autoridades já estão em posse de fichas cadastrais, propostas de financiamento e registros de tentativas de empréstimo que indicam a atuação recorrente e coordenada do suspeito. Há fortes indícios de que ele contava com algum nível de acesso técnico ou apoio interno de profissionais ligados ao setor automotivo, como concessionárias, despachantes ou instituições financeiras da região.
Um agente de segurança que preferiu não se identificar afirmou que as investigações estão em estágio avançado e apontam para um padrão de atuação bem definido. Os golpistas se aproximam das vítimas oferecendo serviços falsos de “limpeza de nome” ou regularização do CPF. As pessoas, muitas vezes em situação de vulnerabilidade financeira, acabam fornecendo documentos pessoais acreditando que terão dívidas quitadas. No entanto, seus dados são desviados e utilizados para financiar veículos, contratar serviços ou abrir contas sem o seu conhecimento.
Em vários casos, a vítima só descobre quando recebe uma cobrança, tem o nome negativado ou tenta usar o crédito e é surpreendida, informou o agente.Um morador de Estreito, por exemplo, relatou que só soube da fraude ao tentar realizar uma compra a prazo. “Consultei meu CPF e vi que havia um carro financiado no meu nome. Nunca comprei nenhum carro na vida”, disse.
A polícia já identificou contratos com indícios claros de adulteração, assinaturas questionáveis e falhas grosseiras na checagem dos dados por parte das empresas envolvidas. A suspeita de envolvimento ou negligência de funcionários desses estabelecimentos está sendo apurada com rigor.
As condutas investigadas podem configurar falsidade ideológica, estelionato, uso indevido de documentos alheios e associação criminosa. E o alerta é direto: não apenas os crimes consumados, mas também as tentativas deixarão seus responsáveis diante da Justiça.
A Delegacia orienta a população a evitar fornecer documentos pessoais em cadastros online, promessas enganosas de “limpeza de nome” e ofertas não verificadas. Esse tipo de golpe é mais comum do que se imagina. A pessoa entra num cadastro achando que vai resolver uma dívida e acaba financiando um carro sem saber, concluiu o agente.
As investigações seguem sob sigilo. Mas o que já se sabe é que os rastros foram deixados e, em breve, os responsáveis vão ter que prestar contas. Não apenas pelo que conseguiram, mas por tudo o que tentaram fazer.
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